AGOSTO DOURADO: EQUIPE DA GOTA DE LEITE FOI CAPACITADA

Durante dois dias, a Maternidade e Gota de Leite promoveu uma capacitação para a equipe multiprofissional dentro da programação do “Agosto Dourado”, o qual tem como objetivo desenvolver ações de promoção ao aleitamento materno. Ministrado pela Profª Drª Fernanda P. C. Siqueira, enfermeira especialista em UTI e Pediatria, docente da Faculdade de Medicina de Marília (Famema) e membro do Comitê da Iniciativa do Hospital Amigo da Criança-IHAC do HCII-Unidade Materno Infantil, ela abordou o tema: “Manejo Clínico da Amamentação – Empoderar Mães e Pais, favorecer a amamentação hoje e para o futuro”.

A capacitação aconteceu em dois dias

Realizado nesta quarta e quinta-feira(22), das 13 às 17h, o evento tratou, especialmente, do reconhecimento das habilidades e dificuldades que os profissionais ainda vivenciam no cotidiano ao assistir a mulher e sua família na maternidade. No decorrer das discussões realizadas neste evento, observa-se que a mulher e seu parceiro demonstram despreparo e em algumas situações resistência em amamentar, principalmente devido à falta de informações e orientações corretas, até a abordagem das pacientes pelos profissionais de enfermagem durante o período de internação na maternidade.

Boneca “Maria Eduarda” foi utilizada na capacitação

Isso pode ser explicado pelos aspectos culturais, pelos tabus, pela experiência prévia de insucesso à amamentação e, principalmente, à falta de informações e orientações corretas, o que requer diante desses fatos uma abordagem humanizada e centrada na necessidade de cada paciente pelos profissionais de enfermagem durante o período de internação na maternidade, explicou a docente.

Profª Drª Fernanda Siqueira

Fernanda Siqueira levou alguns modelos de mama e até uma boneca, a Maria Eduarda, com peso e tamanho compatíveis aos de um recém-nascido, para que as colaboradoras da Gota de Leite pudessem manuseá-los. Segundo ela, é muito importante que as pacientes recebam a orientação correta, mesmo que não seja o primeiro parto: “A mulher tem que ser preparada a cada nova gestação”, afirmou.

A docente da Famema destacou que “durante a internação, deve-se fazer todas as tentativas para que a mulher possa amamentar. Como profissionais, devemos compartilhar com ela os benefícios da amamentação e dar informações seguras porque, muitas vezes, ela opta pela mamadeira devido a uma influência negativa perto dela, por desconhecimento ou pela falta de apoio”. Ela destacou a importância do preparo do casal para que possam decidir a forma de aleitar o filho de forma segura.

O respeito às pacientes foi enfatizado pela enfermeira: “As tentativas devem ser suaves, tranquilas e não podem ser impositivas”, frisou. Ela explicou que os profissionais devem orientar as pacientes e seus parceiros utilizando um modelo de mama didáticos, que foi doado à Gota de Leite, evitando retirar o bebê do colo da mãe e tocar diretamente nas mamas das puérperas para que estas se sintam mais à vontade.

Profissionais no dia 21 de agosto

ESTÍMULO

Os benefícios do aleitamento materno estão cientificamente comprovados, pontuou Fernanda Siqueira, explicando, em seguida, que o processo de “produção e a descida do leite para a maioria das mulheres ocorre por volta do terceiro dia após o parto. Algumas apresentam a descida do leite tardiamente, com uma semana ,e já houve casos em que o leite desceu após 15 dias, por isso é importante apoiá-las mesmo após a alta da maternidade”, comentou.

Profissionais puderam manusear os materiais

A enfermeira afirmou que “a produção do leite é hormonal. Amamentando ou não, a grande maioria das mulheres terá leite e corre o risco de ter complicações na mama, como ingurgitamento e mastite puerperal por excesso de leite na mama, mesmo dando mamadeira”. Por isso, prosseguiu, o papel dos profissionais de saúde na orientação às puérperas é fundamental.

Alguns fatores contribuem para a descida do leite, como o parto vaginal, observou Fernanda Siqueira. A Gota de Leite, seguindo o que preconiza o Ministério da Saúde, investe no parto normal através de sua equipe multidisciplinar. Em 2018, dos 1.213 partos realizados, 77 por cento foram normais e apenas 23 por cento cesáreos. A instituição destina 100 por cento do seu atendimento às usuárias do SUS de Marília e região.

Participantes do segundo dia