CHEGA DE SILÊNCIO: GOTA DE LEITE ADERE À CAMPANHA DA CMB
Há anos sem reajuste na tabela do SUS (Sistema Único de Saúde) e diante do aumento crescente dos custos, a Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB) deflagrou uma campanha para zerar o déficit das instituições que respondem pela maior parte do atendimento de saúde dos brasileiros. A Maternidade e Gota de Leite se uniu ao movimento liderado pela CMB e participou de uma reunião, na manhã desta terça-feira (12/04), na Santa Casa de Marília, com a presença dos dirigentes dos hospitais filantrópicos de Marília e de Pompeia.

A Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB) representa 1.824 hospitais filantrópicos, que dispõem de 169 mil leitos hospitalares, 26 mil leitos de UTI e atendem a mais de 50% da média complexidade do SUS e 70% da alta complexidade. Diante do cenário financeiro alarmante, que se configura como a maior crise da história, a CMB mobilizou as federações de hospitais e instituições do todo Brasil para série de ações, a partir do dia 19 de abril, quando haverá paralisação simbólica e reagendamento de procedimentos eletivos em todos os hospitais filantrópicos do país.

“Enfatizamos que a população não ficará desassistida, pois as eletivas serão reprogramadas. O ato será para expormos e evidenciarmos, de forma pública, os problemas que o setor está enfrentando”, fala o presidente da CMB, Mirocles Véras
DISCREPÂNCIA
Desde o início do plano real, em 1994, a tabela SUS e seus incentivos foi reajustada, em média, em 93,77%, enquanto o INPC (Índice de Preços no Consumidor) foi em 636,07%, o salário-mínimo em 1.597,79% e o gás de cozinha em 2.415,94%.

As Santas Casas e hospitais filantrópicos requerem a alocação de recursos na ordem de R$ 17,2 bilhões, anualmente, “em caráter de urgência urgentíssima, como única alternativa de assunção das obrigações trabalhistas decorrentes do projeto de lei 2564/20, assim como para a imprescindível adequação ao equilíbrio econômico e financeiro no relacionamento com o SUS”, conclui Véras.

GOTA DE LEITE
Para a presidente da Gota de Leite, Virgínia Maria Pradella Balloni, “o movimento é muito justo e precisa do apoio da sociedade. Afinal, sem os hospitais filantrópicos, como a população será atendida?”, destacou. Conforme disse, “nossa situação também é dramática já que nosso atendimento é 100 por cento pelo SUS e não temos outras fontes de receita”.
Virgínia Balloni finalizou dizendo que espera “bom senso das autoridades e, principalmente, que o Ministério da Saúde e o Ministério da Economia analisem essa situação com critério. Sem os hospitais filantrópicos, a saúde mergulhará num caos”.